A história do vinho e a nossa paixão por essa bebida não é de hoje. Os primeiros registros do consumo de vinho surgiram na época do Velho Testamento e da Antiguidade Clássica. Em muitos momentos, a história do vinho chega a se confundir com a história da nossa própria civilização. 

E uma coisa é certa: o suco de uva fermentado acompanhou momentos marcantes da evolução econômica, política e sociocultural de várias civilizações até chegar na mesa da sua casa. 

E se você é mais um dos apaixonados por essa bebida, que tal uma viagem pela história do vinho? Hoje vamos te contar sobre a origem desta bebida e toda sua jornada, incluindo a história do vinho no Brasil. 

Ficou curioso? Então, pegue uma taça de vinho e acompanhe nosso texto. Boa leitura!

Qual é a origem do vinho?

A primeira pergunta remete à origem do vinho, mas é praticamente impossível determinar com exatidão como, onde e quando a história do vinho começou, uma vez que o consumo de vinho surgiu antes mesmo da escrita

Acredita-se que a descoberta do suco de uva fermentado tenha se dado em vários lugares em momentos similares. Dessa forma, cada cultura descreve o surgimento de uma forma diferente. 

Os cristãos, embasados no antigo testamento, acreditam que foi Noé quem plantou o primeiro vinhedo. Já os gregos, consideraram a bebida uma “dádiva” dos deuses. 

Para os persas, a história do vinho começou com uma princesa de coração partido, após perder o amor de seu rei. Ela estava tão mal que resolver suicidar-se tomando o suco de uva “passado”. No entanto, ao invés de morrer, ela notou uma melhora repentina do seu humor — sendo capaz, inclusive, de reconquistar seu amado. 

Verdade ou não, o único registro real são de antigas vinhas cultivadas na Geórgia, na região do Cáucaso, na Idade da Pedra. Cientistas acreditam que esses são os primeiros indícios de um plantio organizado pelo homem. Por isso, acredita-se que os vinhos tenham surgido nesse período.

Em que país surgiu o vinho?

Já que a origem do vinho ocorreu simultaneamente em diversos lugares do mundo, que tal ver como foi a história em alguns desses países?

A história do vinho: Antigo Egito

Por uma questão climática, não é difícil imaginar que a maior concentração de registros da história do vinho tenha se dado no Meditarrâneo. Os primeiros fósseis foram encontrados na região do Cáucaso, e as primeiras prensas e equipamentos vinícolas foram achadas bem próximas, na Armênia.

Já o Egito, centro das civilizações do Vale do Nilo e polo econômico e cultural, foi essencial para a expansão do vinho pelo mundo Antigo. Existem pinturas e documentos com registros do processo de vinificação e do consumo de vinho em celebrações e rituais datados de 3000 a.C, 

Hieróglifos dos faraós da Era pré-dinástica mostram como os vinhos eram preparados na época. Após um complexo processo de produção, o vinho não era uma bebida destinada para a plebe e ficava restrito apenas aos faraós e suas famílias. 

O vinho era tão especial que os faraós o levavam para seus sarcófagos, acreditando que continuariam brindando em outra vida!

close em homem segurando uvas nas mãos
Em algumas culturas, a história do vinho envolve superstições e até mesmo corações partidos.

Egípcios e o processo de fermentação

Outro detalhe importante sobre a história do vinho é que os primeiros enólogos foram os egípcios, já que a fermentação — o processo mais importante da produção de um vinho — foi inventada por eles. 

Apesar do processo de fermentação ser algo natural, o segredo para a produção do vinho é aprender a manejar esse processo

Os antigos egípcios mostraram conhecimento e criaram métodos de fermentação que são utilizados até hoje. Para vinhos leves, a fermentação levava apenas alguns dias. Já os mais alcoólicos, passavam semanas fermentando e, por vezes, eram aquecidos para acelerar o processo. 

Os vinhos tintos tinham suas uvas fermentadas com a casca e, posteriormente, eram filtrados com tiras de linho. Por fim, pouco antes de avinagrar, a bebida era guardada em ânforas e selada com barro. 

Além das uvas, naquela época também era comum a produção de vinho a partir de outras frutas, como figo, romãs ou tâmaras. O processo de fermentação é o mesmo, mas em alguns casos era necessário adicionar açúcar para acelerar a fermentação

Com o domínio das técnicas de fermentação, o consumo de vinho no Egito cresceu e impulsionou o comércio interno e externo. Em 2000 a.C, a partir de mercadores fenícios, o vinho egípcio chegou à Grécia. Foi aí que começou o caso de amor entre os gregos e o vinho.

A história do vinho: Grécia

A paixão dos gregos pelo vinho foi algo arrebatador, marcando um importante capítulo na história do vinho: graças às conquistas de Alexandre (o Grande), o amor pelo vinho se espalhou por toda a Europa Ocidental e Ásia. 

Com o sucesso da bebida, as vinícolas logo tomaram conta da Grécia.

A fabricação de vinho se aperfeiçoou muito na região. E foi tão marcante que, até hoje, muitas das variedades de uvas viníferas cultivadas no mundo são originárias de mudas trazidas de lá. 

O avanço da produção de vinhos na Grécia foi tão amplo que os gregos trouxeram o conceito de envelhecimento da bebida — conhecido e muito utilizado até hoje

Eles costumavam forrar as ânforas com resina de madeira para dar sabor ao vinho. A técnica acabou se transformando nos famosos barris de carvalho, inventados posteriormente em Roma. 

Mais um passo na jornada do vinho: Roma

Quando o vinho veio da Grécia e chegou em Roma em 1000 a.C., os romanos não deram muita atenção. Isso porque eles estavam focados na cerveja. A baixa quantidade de vinho produzido em Roma era logo exportado para os bárbaros. 

Mas a história do vinho em Roma não para por aí. Em meados do século I a.C, durante uma batalha na Tunísia, os romanos encontraram livros sobre a vinicultura e o interesse pela bebida nasceu

A partir desse momento, os romanos se tornaram especialistas no cultivo de uvas e na produção do vinho, sendo responsáveis por catalogar e classificar diversos tipos de uvas

A origem do vinho em Roma também rendeu mais conhecimentos sobre a bebida: eles inventaram o barril de madeira e descobriram o efeito do tipo da madeira no sabor do vinho durante o amadurecimento

Além disso, também foram os primeiros a usar garrafas de vidro para armazenar a bebida, dando início aos estudos e registros de doenças e pragas que afetam plantações.

A ascensão do vinho francês

Os vinhos franceses são mundialmente conhecidos pela sua qualidade. Mas em que ponto da história do vinho isso aconteceu? 

Com a queda de Roma, a Era medieval começou marcada pelo vinho como principal acompanhamento em banquetes e reuniões. Foi aí que a França começou a se tornar a grande protagonista de vinhos que é até hoje. 

Tudo começou com Carlos Magno, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, que expandiu o reino da França e regulamentou a produção de vinho na região. 

A história do vinho na comunhão, durante a consolidação do catolicismo, também contribuiu para manter as vinícolas em alta durante toda a Idade Média

A situação na França foi mais uma vez favorável graças à fundação, na Borgonha, da ordem dos monges cistercienses, grandes apoiadores da vinicultura. 

Eles trouxeram as primeiras mudas de Chardonnay para Chablis, que é até hoje a principal região produtora do vinho branco. Além disso, no final do século XVI, o espumante foi descoberto acidentalmente em um mosteiro na França.

close de brinde com taças de vinhos em um ambiente aberto
Países de todos os continentes contribuíram para criar a história do vinho que conhecemos e apreciamos nos dias de hoje.

A história do vinho além da Europa

A história do vinho teve a igreja católica como uma grande aliada na expansão da bebida para além da Europa. O vinho chegou na América pela primeira vez no México, no século XVI, trazido pelos missionários para a eucaristia. 

A produção de vinhos no México deu tão certo que se tornou um importante concorrente da Europa, fazendo com que a vinicultura crescesse ainda mais no continente americano. 

Apesar de incomodar muito os colonizadores europeus, o sucesso das vinícolas americanas foi fundamental. No final do século XIX, uma onda violenta de Filoxera (praga que ataca as plantações) causou uma crise sem precedentes na França. 

As plantas americanas eram muito mais resistentes à praga. Então, para controlar a praga, foram plantadas parreiras nativas da América junto às plantas francesas para protegê-las. 

Essa prática deu origem a espécies híbridas, que são usadas até hoje no combate à Filoxera. 

A África do Sul também participa da história do vinho, sendo uma nação importante na produção de vinhos fora da Europa. O cultivo começou no século XVI, junto com a chegada dos holandeses no Cabo da Boa Esperança. Uma vez na África, o vinho também chegou à Austrália e à Nova Zelândia, no final do século XVIII. 

Nesses países, chamados de Novíssimo Mundo, a maior parte da produção era destinada exclusivamente ao consumo interno ou a exportação para o Reino Unido até pouco tempo atrás. Foi só recentemente que os rótulos da região só começaram a ser apreciados em todo o mundo. 

A história do vinho no Brasil

Sendo um país localizado no continente americano, a história do vinho no Brasil é muito similar à mexicana. As primeiras videiras do Brasil foram trazidas pelo colonizador Martim Afonso de Souza, em 1532. No Rio Grande do Sul, a videira chegou em 1626, trazida pelo jesuíta Roque Gonzáles.

Embora fosse necessário a produção de vinho para utilização nas missas, a dificuldade de adaptação das uvas em nossas terras impediu a disseminação da vinicultura no Brasil. Foi só em 1875, graças à chegada dos italianos, que houve um grande crescimento da viticultura gaúcha

Os italianos traziam na bagagem cepas de uva europeias da região de Vêneto e o incansável hábito do consumo do vinho acompanhando os alimentos

Com isso, apesar das cepas morrerem por causa de doenças fúngicas, a força italiana e a vontade de manter sua tradição permitiram aos imigrantes que encontrassem uma forma de cultivar uvas na região, enriquecendo a história do vinho no Brasil.

Atualmente, a qualidade do vinho brasileiro é muito superior do que no passado e, mesmo com as dificuldades de solo e clima, nosso país continua em busca do padrão internacional de qualidade.

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